Alopecia fibrosante frontal
Os primeiros pacientes com alopecia fibrosante frontal (AFF) foram descritos recentemente, em 1994. Desde então, o número de casos vem aumentando rapidamente em todos os centros de atendimento do mundo. Atualmente, a AFF é considerada a alopecia cicatricial primária mais comum.
O que acontece na alopecia fibrosante frontal?
A doença muito comumente se inicia com redução da densidade das sobrancelhas. Muitas vezes as pacientes não percebem ou simplesmente atribuem o problema ao envelhecimento natural. Com o tempo a doença afeta a linha de implantação do cabelo e as pacientes têm a sensação de que a testa está aumentando. Em alguns casos a doença pode levar a perda das costeletas e menos comumente afeta os cabelos da região da nuca também. Prurido (coceira) ou sensação de dor no local afetado pode ocorrer eventualmente.
Quem pode ser afetado pela AFF?
A grande maioria das pacientes são mulheres (97%) e destas a maior parte já passou pela menopausa (86%).
Homens também podem ser afetados pela AFF?
Sim. No entanto, apenas 3% dos indivíduos afetados pela alopecia fibrosante frontal são do sexo masculino.
Nos homens, muitas vezes a perda dos cabelos se inicia pela barba ou na região da costeleta.
O que causa a alopecia fibrosante frontal?
Sua etiologia ainda não é completamente compreendida, mas é possivelmente multifatorial. Pacientes com AFF costumam ter maior incidência de outras doenças autoimunes, quando se compara com a população em geral. Especula-se também possível influência hormonal, uma vez que a maior parte das pacientes são mulheres pós-menopausadas. Casos familiares já foram descritos e alguns genes que aumentam a predisposição também já foram identificados. Por último, o rápido aumento de casos também levanta a hipótese de que fatores ambientais possam estar servindo como como gatilho. Dentre esses fatores já foram aventadas diversas hipóteses como uso de protetores solares, cosméticos faciais, alisamentos contendo formol, maior exposição a telas de computadores, alguns tipos de dieta, dentre outros. No entanto, ainda sem nenhuma confirmação.
Além da queda de cabelo, o que mais pode acontecer na AFF?
Atualmente a alopecia fibrosante frontal é considerada uma doença cutânea generalizada. Comumente ocorre a perda dos pelos do corpo. Em alguns casos, nota-se alteração da textura da face pelo surgimento de pápulas (bolinhas) faciais. Em pacientes de fototipo mais alto (moreno, pardo, negro) pode haver o surgimento de manchas escuras no rosto.
Como é feito o diagnóstico da alopecia fibrosante frontal?
Na maior parte dos casos um dermatologista treinado em doenças dos cabelos e couro cabeludo pode fazer o diagnóstico através do exame físico apenas. Ele também irá realizar o exame de tricoscopia no couro cabeludo que também tem achados típicos. Em casos menos clássicos, pode ser necessária a realização de uma pequena biópsia para confirmação diagnóstica.
Existe tratamento para a alopecia fibrosante frontal?
Sim. Existem diversos tratamentos e na maior parte das vezes ele constituirá da associação de medicamentos orais e tópicos. Em alguns casos, podem ser necessárias microinjeções no local afetado para controle da inflamação.
O tratamento da AFF é prolongado e o objetivo deste é interromper a queda dos cabelos. Por se tratar de uma alopecia cicatricial, a maior parte dos fios perdidos não será recuperada. No entanto, existem medicações que podem aumentar o volume dos cabelos de maneira global com importante melhora estética.
A alopecia fibrosante frontal tem cura?
Não. No entanto, a maior parte dos casos entrará em remissão prolongada. Apesar de incomuns, recidivas podem ocorrer e o paciente deve ser revisto periodicamente pelo seu dermatologista.