Tricotilomania: o impulso incontrolável de arrancar os próprios cabelos
A tricotilomania é um dos chamados “Transtornos do Controle do Impulso”, um grupo de problemas de ordem psíquica caracterizados por impulsos que não podem ser facilmente controlados pelo indivíduo. Na tricotilomania, os pacientes tem impulsos de arrancarem os próprios cabelos (ou pelos) de partes do corpo.
Com isto, ocorrem áreas de alopecia, regiões sem cabelos, que podem se assemelhar a outras condições como alopecia areata (doença autoimune) ou tinea capitis (infecção do couro cabeludo causada por fungos).
A tricoscopia, juntamente com anamnese e exame físico detalhados, auxiliam no diagnóstico correto. Na foto, tricoscopia evidenciando cabelos fraturados em paciente com tricotilomania.
Os casos que se iniciam no primeiros anos de vida (em geral, antes dos seis anos de idade), podem ser autolimitados, isto é, regridem de forma espontânea.
Como as áreas de alopecia podem ser muito semelhantes àquelas causadas por outros problemas do cabelo e do couro cabeludo, o diagnóstico deve ser feito pelo dermatologista especializado, mas o tratamento também pode envolver psiquiatras e psicólogos, dependendo do caso.
Recentemente descobriu-se que o uso de n-acetilcisteína, em doses específicas, parece ser benéfico no tratamento da tricotilomania. A n-acetilcisteína é uma medicação utilizada na medicina já há muito tempo, mas para outras finalidades terapêuticas e em doses bastante diferentes. Um efeito sobre o sistema glutamatérgico cerebral parece ser responsável pelo seu mecanismo de ação. O glutamato é um neurotransmissor, uma das moléculas responsáveis pela transmissão das informações entre os neurônios.
O tratamento correto permite a recuperação total dos cabelos.
Referências: